Maria Elisia de Godoi

Maria Elisia de Godoi

Todos por Uma Educação de Qualidade com Inclusão

Autora: Maria Elisia de Godoi
TAUBATÉ/2011


Autora: Maria Elisia de Godoi

                        

Palavras-chave: política gestacional, globalização e ensino; educação, sociedade, exclusão e inclusão.




Apresentação: Todos por  Uma Educação de Qualidade
Este curso é direcionado para professores e gestores que primam por uma educação de qualidade, pois ela depende de uma gestão democrática, participativa, que abra os portões da escola para a comunidade, ter criatividade e desenvolver projetos de capacitações dos alunos, visando sempre a formação do cidadão dentro da sua realidade cultural e regional, aproximando familiares para dentro da escola.



SUMÁRIO

1ª Parte

1 –Todos por uma Educação de Qualidade - --------------------------------------------- 4
 2 - Principais Propostas Atuais da Educação---------------------------------------------- 6
2.1 - Principais tópicos desta lei:------------------------------------------------------------ 6                                                                                                   
3 – Educação Infantil ------------------------------------------------------------------------- 7                                                                                                               
4 – Ensino Fundamental --------------------------------------------------------------------- 7                                                                                                       
5 – Compromissos Todos pela Educação-------------------------------------------------- 8                                                                                   
6 – Direitos Humanos entre os cidadãos ---------------------------------------------------10
2ª Parte
7- Perspectivas da Educação ----------------------------------------------------------------12                                                                                                 
8 – Um passado bem presente ------------------------------------------------------------- 13                                                                                          
9 – Educação Tradicional  ------------------------------------------------------------------ 13                                                                                                     
10 – Educação Popular --------------------------------------------------------------------- 13                                                                                                             
11 – Universalização da Educação Básica de Qualidade------------------------------- 15                                                       
12 – A Importância da Gestão para uma Escola Cidadã ------------------------------- 16                                                           
13 – O que é HTPC? E qual seu objetivo? ----------------------------------------------- 17                                                                          
14 - Quem faz o que no HTPC ------------------------------------------------------------- 18                                                                                                
15 – O que é ser professor na atualidade e a formação continuada -------------------  19                                  
3ª Parte
16 – Uma Educação Inclusiva e de qualidade para todos ------------------------------- 22                                                
17 – Que ações implementar para que a escola mude? --------------------------------- 24                                                        
18 – Rumo a uma nova escola ------------------------------------------------------------- 26                                                                                       
19 – Crianças bem vindas a uma nova escola! ------------------------------------------- 27    

1 - Todos por uma Educação de Qualidade


“ Ontem já passou. Amanhã ainda não chegou. Só temos hoje comecemos.”
( Madre Tereza de Calcutá)


O sucesso para ter uma educação de qualidade, depende de uma gestão democrática, participativa, que abra os portões para a comunidade, com criatividade e capacitações dos alunos, visando sempre á formação do cidadão dentro da sua realidade cultural e regional, criando situações que aproximem os seus familiares para dentro da escola.
O Tripéacessoqualidade e equidade, tudo isso e muito mais facilita o acesso escolar e conduz a “Universalização do atendimento escolar”.
 O Acesso é um projeto que ainda precisa de mais empenho, principalmente dos governantes.
A Qualidade favorece os quatro pilares da Educação:
- aprender a aprender
- aprender a fazer
- aprender a ser
- aprender a conviver

A Equidade disposição de reconhecer-se igual, conjunto de princípios imutáveis de justiça
Acesso, permanência e sucesso na aprendizagem: o grande desafio das crianças que procuram a escola.

Todos nós sabemos da obrigatoriedade do acesso dos alunos nas escolas. As políticas educacionais no norteiam que esse acesso deve ser com qualidade, a permanência do aluno só tem sentido se o aluno realmente assimilar o conteúdo do ensino, compreender sua cultura e (re) construir. O aluno tem que reconhecer-se cidadão pensante e atuante.
É um desafio, e depende dos educadores fazer com que as crianças aprendam.
Depende de uma união conjunta de todos os cidadãos, por isso deve-se fazer alianças com ONGS, movimentos sociais, associações de bairros, educadores, pais e alunos. Cada um fazer a sua parte dentro do seu espaço de atuação.
Desafios: Problemas externos.
1-      Desigualdades sociais.
2-      Falta de apoio familiar.
Problemas Internos.
1-      Preparo profissional.
2-      Desenvolvimento cognitivo.
3-      Desmotivação.
4-      Falta de recurso.
Caminhos para sua resolução.
1-      Busca pela qualificação.
2-       Conscientização política.
3-      Valorização da alta estima do aluno.
4-      Ser criativo.
Como construir esses caminhos.
1-      Estudar, ler e participar de oficinas do saber.
2-      Fazer a diferença.
3-      Desenvolver a capacidade critica e reflexiva.

“ Todos os adultos já foram crianças um dia, embora poucos se lembrem disso.”
(Antoine de Saint-Exupèry, em “O Pequeno Príncipe”) 


Equidade










2 - Principais Propostas Atuais da Educação

Constituição da Republica Federal do Brasil de 1988.
É fundamental e a principal para ordenar, nortear a Educação no Brasil.
Lei de Diretrizes e Bases. Atual LDB lei 9394/96 promulgada em 20/12/1996. Trouxe várias mudanças em relação as leis anteriores, com a inclusão da Educação Infantil (creches e pré - escolas) como primeira etapa da educação básica.


Principais Tópicos desta lei: 

 - Gestão democrática do ensino público e progressiva autonomia pedagógica e administrativa das unidades escolares (artigo 3 e 15).
 - Ensino fundamental é obrigatório e gratuito (artigo 4).
 - Carga horária mínima de oito horas distribuídas em duzentos dias na educação básica   (artigo 24).
 - Prevê um núcleo comum para o currículo do Ensino Fundamental e Médio e uma parte diversificada em função das peculiaridades locais (artigo 26)
 - Formação de docentes para atuar na educação básica em curso de nível superior, sendo aceito para a educação infantil e as quatro primeiras séries do fundamental formação em curso normal do ensino médio (artigo 62).
 - Formação dos especialistas da educação em curso superior de pedagogia ou pós – graduação (artigo 64).
 - A união deve gastar no mínimo 18% e os estados e municípios no mínimo 25% de seus respectivos orçamentos na manutenção e desenvolvimento do ensino público (artigo 69).
-Dinheiro público pode financiar escolas comunitárias, confessionais e filantrópicas (artigo 77).
 - Prevê a criação do Plano Nacional de Educação – (PNE) (artigo 87).

- Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) , são diretrizes elaboradas pelo Governo Federal que orientam a educação no Brasil e são separados por disciplinas.
- Além da rede pública, a rede privada de ensino também adota os parâmetros, porem sem caráter obrigatório.
- Conselho Nacional de Educação (CNE) é um órgão colegiado integrante da estrutura do Ministério da Educação do Brasil (MEC), que atua na formulação e avaliação da política nacional de educação.
- Criada pela lei nº 9131, de 24 de novembro de 1995, sucedeu o antigo Conselho Federal de Educação.












EDUCAÇÃO INFANTIL

“ Se uma criança vive na critica, aprende a criticar.
Se uma criança vive com hostilidade, aprende a brigar.
Se uma criança vive com o ridículo, aprende a sentir-se culpada.
Se uma criança vive na tolerância, aprende a ser paciente.
Se uma criança vive com coragem, aprende a ter confiança.
Seu ma criança vive com elogio, aprende a apreciar.
Se uma criança vive com retidão, aprende a ser justa.
Se uma criança vive com aprovação, aprende a gostar de si mesma.
Se uma criança vive com aceitação e amizade, aprende a encontrar o amor no mundo.”
( Dorothy Law Rothe)


     No Brasil considera-se como educação infantil o período de vida escolar em que se atende pedagogicamente crianças com idades  de 0 a 5 anos e 11 meses.
     A LDB chama o núcleo educacional que atende crianças de 0 a 3 anos de “creche”.
     O núcleo educacional que atende crianças de 4 a 5 anos e 11 meses se chama de “pré-escola”.
     A avaliação fará mediante acompanhamento a registro do seu desenvolvimento, sem o objetivo de promoção, mesmo para acesso no ensino fundamental.
     Houve modificação na Pré- escola, alunos com 6 anos de idade devem obrigatoriamente estar matriculados no 1º ano do Ensino Fundamental.
     Dispositivos legais que não estabeleceram as modificações: Projeto de Lei nº144/2005, aprovado pelo Senado em 25/01/2006 que estabeleceu a duração mínima de 9 anos de idade, Essa medida deverá ser implantada até 2010 pelos Municípios, Estados e Distrito Federal.

Ensino Fundamental

Foi ampliado para 9 (nove) anos, passando  a abranger a Classe de Alfabetização (fase anterior à 1ª série, com matricula obrigatória aos 6 anos) que até então não fazia parte do ciclo obrigatório.
Passando agora a ser dessa maneira:
6 anos        C A             1º ano – Classe de Alfabetização
7 anos        1ª serie        2º ano
8 anos        2ª serie        3º ano
9 anos        3ª serie        4º ano 
10 anos      4ª serie        5º ano
11 anos      5ª serie        6ª ano
12 anos      6ª serie        7º ano
13 anos      7ª serie        8º ano
14 anos      8ª serie        9º ano

A organização do Ensino Fundamental se divide em dois ciclos:
1º - correspondem os primeiros cinco anos (chamado anos iniciais) é desenvolvido, usualmente, em classes com um só professor.
 2º - correspondem aos anos finais, nos quais o trabalho pedagógico é desenvolvido por uma equipe de professores especialistas em diferentes disciplinas. 
  
 Compromisso Todos pela Educação

O Plano de Metas Compromisso Todos pela Educação é a conjugação dos esforços da União, Estados, Distrito Federal e Municípios, em regime de colaboração, das famílias e da comunidade, em proveito da melhoria da qualidade da educação básica.
Os sistemas municipais e estaduais que aderirem ao Compromisso seguirão 28 diretrizes pautadas em resultados de avaliação de qualidade e de rendimento dos estudantes.
I - estabelecer como foco a aprendizagem, apontando resultados concretos a atingir;
II - alfabetizar as crianças até, no máximo, os oito anos de idade, aferindo os resultados por exame periódico específico;
III - acompanhar cada aluno da rede individualmente, mediante registro da sua freqüência e do seu desempenho em avaliações, que devem ser realizadas periodicamente;
IV - combater a repetência, dadas as especificidades de cada rede, pela adoção de práticas como aulas de reforço no contra-turno, estudos de recuperação e progressão parcial;
V - combater a evasão pelo acompanhamento individual das razões da não-freqüência do educando e sua superação;
VI - matricular o aluno na escola mais próxima da sua residência;
 VII - ampliar as possibilidades de permanência do educando sob responsabilidade da escola para além da jornada regular;
VIII - valorizar a formação ética, artística e a educação física;
 IX - garantir o acesso e permanência das pessoas com necessidades educacionais especiais nas classes comuns do ensino regular, fortalecendo a inclusão educacional nas escolas públicas;
X - promover a educação infantil;
 XI - manter programa de alfabetização de jovens e adultos;
 XII - instituir programa próprio ou em regime de colaboração para formação inicial e continuada de profissionais da educação;
XIII - implantar plano de carreira, cargos e salários para os profissionais da educação, privilegiando o mérito, a formação e a avaliação do desempenho;
XIV - valorizar o mérito do trabalhador da educação, representado pelo desempenho eficiente no trabalho, dedicação, assiduidade, pontualidade, responsabilidade, realização de projetos e trabalhos especializados, cursos de atualização e desenvolvimento profissional;
XV - dar conseqüência ao período probatório, tornando o professor efetivo estável após avaliação, de preferência externa ao sistema educacional local;
XVI - envolver todos os professores na discussão e elaboração do projeto político pedagógico, respeitadas as especificidades de cada escola;
XVII - incorporar ao núcleo gestor da escola coordenadores pedagógicos que acompanhem as dificuldades enfrentadas pelo professor;
XVIII - fixar regras claras, considerados mérito e desempenho, para nomeação e exoneração de diretor de escola;
 XIX - divulgar na escola e na comunidade os dados relativos à área da educação, com ênfase no Índice de Desenvolvimento da Educação Básica - IDEB, referido no art. 3o;
XX - acompanhar e avaliar, com participação da comunidade e do Conselho de Educação, as políticas públicas na área de educação e garantir condições, sobretudo institucionais, de continuidade das ações efetivas, preservando a memória daquelas realizadas;
XXI - zelar pela transparência da gestão pública na área da educação, garantindo o funcionamento efetivo, autônomo e articulado dos conselhos de controle social;
XXII - promover a gestão participativa na rede de ensino; XXIII - elaborar plano de educação e instalar Conselho de Educação, quando inexistentes;
XXIV - integrar os programas da área da educação com os de outras áreas como saúde, esporte, assistência social, cultura, dentre outras, com vista ao fortalecimento da identidade do educando com sua escola;
XXV - fomentar e apoiar os conselhos escolares, envolvendo as famílias dos educandos, com as atribuições, dentre outras, de zelar pela manutenção da escola e pelo monitoramento das ações e consecução das metas do compromisso;
XXVI - transformar a escola num espaço comunitário e manter ou recuperar aqueles espaços e equipamentos públicos da cidade que possam ser utilizados pela comunidade escolar;
XXVII - firmar parcerias externas à comunidade escolar, visando a melhoria da infra-estrutura da escola ou a promoção de projetos socioculturais e ações educativas;
XXVIII - organizar um comitê local do Compromisso, com representantes das associações de empresários, trabalhadores, sociedade civil, Ministério Público, Conselho Tutelar e dirigentes do sistema educacional público, encarregado da mobilização da sociedade e do acompanhamento das metas de evolução do IDEB.










Direitos Humanos/ O que o Brasil já Ratificou

É um movimento internacional que ganhou força na: Assembléia Geral das nações Unidas que adotou a Declaração Universal dos Direitos Humanos (DUDH) no dia 10 de Dezembro 1948. Fato ocorrido pela primeira vez na história da humanidade onde os direitos civis, políticos, econômicos, sociais e culturais básicos que cada ser humano tem direito.
Hoje a DUDH é amplamente aceita como ferramenta fundamental juntamente com o pacto internacional dos Direitos Civis e Políticos (e seus dois protocolos) com o pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais formam a Carta Internacional dos Direitos Humanos, juntos contribuem para uma melhor compreensão e desenvolvimento dos direitos fundamentais do ser humano.
O DUDH estabelecem obrigações que os Estados tem que respeitar, proteger e implantar os direitos humanos entre seus cidadãos.
São nove os mais importantes tratados internacionais sobre direitos humanos:
1 - Convecção Internacional para a eliminação de todas as formas de Descriminação Racial.
Aprovado em 07/03/1966.
Em vigor em 04/01/1969.
Brasil ratificou em 27/03/1968.
2 - Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos.
Aprovado em 16/12/1966
Em vigor no dia 23/03/1976
Brasil ratificou no dia 24/01/1992
                 3 -  O segundo Protocolo Opcional para Abolir a Pena de Morte.
Aprovado no dia 15/12/1989
Em vigor no dia 11/07/1991
Brasil ainda não foi ratificado.
                4 - Pacto Internacional dos direitos Econômicos, sociais e Culturais.
Aprovado no dia 16/12/1966
Em vigor no dia 03/01/1976
Brasil ratificou no dia 24/01/1992
                5 - Convecção para a Eliminação de todas as formas de Discriminação contra as mulheres.
Aprovada no dia 18/12/1979
Em vigor no dia 03/09/1981
Brasil ratificou no dia01/02/1984
 Brasil começou a vigorar 22/12/2000
 6 - Convecção contra a tortura e outros tratamentos, punições cruéis, desumanas e degradantes.
Aprovada no dia 10/12/1984
Em vigor no dia 26/061987
Brasil ratificou 28/09/1989
Brasil vigora desde 22/06/2006
 7 - Convecção sobre os direitos da criança.
Aprovada no dia 20/11/1989
Em vigor no dia 02/09/1990
Brasil ratificou no dia 24/11/1990
 a ) Envolvimento de Crianças em conflitos armados.
Aprovado no dia 25/05/2000
Em vigor no dia 13/02/2002
Brasil ratificou no dia 27/01/2004
 b ) Vendas de crianças, Prostituição infantil e Pornografia infantil.
Aprovada no dia 25/05/2000
Em vigor no dia 18/01/2002
Brasil ratificou no dia 27/01/2004
 8 – Convecção Internacional dos Direitos de todos os trabalhadores migrantes e suas famílias.
Aprovada no dia 18/12/1990
Em vigor no dia 01/07/2003
Brasil ainda não ratificou
               9 – Convecção internacional dos direitos das pessoas com deficiência.
Aprovada no dia 13/12/2006
Em vigor no dia 03/05/2008
Brasil ainda não ratificou
               10 – Convecção Internacional para Proteger todas as pessoas de desaparecimento forçados.
Convecção 20/12/2006
Ainda não entrou em vigor.
 Nem foi ratificada pelo Brasil.
Existem sete comitês e cada um é responsável pela monitoração da implementação dos direitos estabelecidos em cada um dos tratados internacionais mais importantes.
                     Devido ter acabado de entrar em vigor a Convenção Internacional dos Direitos das Pessoas com Deficiência, ainda não foi criado o comitê.
“Professor (a) quando uma criança adentra numa escola, é um pequenino ser humano, que merece o nosso respeito, compreensão, dedicação, amor muito amor, pois é ai que vamos fazer a diferença na formação deste pequeno cidadão”.
Elemento básico do professor, paciência. (Elisia)

“Democracia é assegurar a todos o mesmo ponto de partida.
Quanto ao ponto de chegada, depende do empenho de cada um durante a caminhada.”
(Mario Quintana)
















TODOS POR UMA EDUCAÇÃO DE QUALIDADE –2

PERSPECTIVAS DA EDUCAÇÃO

Resumo: Há um consenso de que o desenvolvimento de um país está condicionado à qualidade da sua educação e o conhecimento tem presença garantida em qualquer projeção que se faça do futuro. (Moacir Gadotti)

       Nas últimas duas décadas do século XX assistiu-se a grandes mudanças tanto no campo socioeconômico e político quanto no da cultura, da ciência e da tecnologia.. Ainda não se tem idéia clara do que deverá representar, para todos nós, a globalização capitalista da economia, das comunicações e da cultura. As transformações tecnológicas tornaram possível o surgimento da era da informação.
        É um momento novo e rico de possibilidades. Por isso, não se pode falar do futuro da educação sem certa dose de cautela. É com essa cautela que serão examinadas, neste artigo, algumas das perspectivas atuais da teoria e da prática da educação, Qual o papel da educação neste novo contexto político? Qual é o papel da educação na era da informação? Que perspectivas podem apontar para a educação com qualidade nesse início do Terceiro Milênio? Para onde vamos?
       Hoje muitos educadores, perplexos diante das rápidas mudanças na sociedade, na tecnologia e na economia, perguntam-se sobre o futuro de sua profissão, alguns com medo de perdê-la sem saber o que devem fazer.











UM PASSADO SEMPRE PRESENTE

       Para entender o futuro é preciso revisitar o passado. No cenário da educação atual, podem ser destacados alguns marcos, algumas pegadas, que persistem e poderão persistir na educação do futuro.
Educação Tradicional
           Enraizada na sociedade de classes escravista da Idade Antiga, destinada a uma pequena minoria, a educação tradicional iniciou seu declínio já no movimento renascentista, mas ela sobrevive até hoje, apesar da extensão média da escolaridade trazida pela educação burguesa. A educação nova, que surge de forma mais clara a partir da obra de Rousseau, desenvolveu-se nesses últimos dois séculos e trouxe consigo numerosas conquistas, sobretudo no campo das ciências da educação e das metodologias de ensino. O conceito de "aprender fazendo" de John Dewey e as técnicas Freinet, por exemplo, são aquisições definitivas na história da pedagogia. Tanto a concepção tradicional de educação quanto a nova, amplamente consolidadas, terá um lugar garantido na educação do futuro.
         A educação tradicional e a nova têm em comum a concepção da educação como processo de desenvolvimento individual. Todavia, o traço mais original da educação desse século é o deslocamento de enfoque do individual para o social, para o político e para o ideológico. A pedagogia institucional é um exemplo disso. A experiência de mais de meio século de educação nos países socialistas também o testemunha. A educação, no século XX, tornou-se permanente e social. É verdade, existem ainda muitos desníveis entre regiões e países, entre o Norte e o Sul, entre países periféricos e hegemônicos, entre países globalizadores e globalizados. Entretanto, há idéias universalmente difundidas, entre elas a de que não há idade para se educar, de que a educação se estende pela vida e que ela não é neutra.
Educação Popular
       O paradigma da educação popular, inspirado originalmente no trabalho de Paulo Freire nos anos 60, encontrava na conscientização sua categoria fundamental. A prática e a reflexão sobre a prática levaram a incorporar outra categoria não menos importante: a da organização. Afinal, não basta estar consciente, é preciso organizar-se para poder transformar. Nos últimos anos, os educadores que permaneceram fiéis aos princípios da educação popular atuaram principalmente em duas direções: na educação pública popular  no espaço conquistado no interior do Estado ; e na educação popular comunitária e na educação ambiental ou sustentável, predominantemente não-governamentais.
        As práticas de educação popular também se constituem em mecanismos de democratização, em que se refletem os valores de solidariedade e de reciprocidade e novas formas alternativas de produção e de consumo, sobretudo as práticas de educação popular comunitária, muitas delas voluntárias. O Terceiro Setor está crescendo não apenas como alternativa entre o Estado burocrático e o mercado insolidário, mas também como espaço de novas vivências sociais e políticas hoje consolidadas com as organizações não-governamentais (ONGs) e as organizações de base comunitária Este está sendo hoje o campo mais fértil da educação popular.
       Diante desse quadro, a educação popular, como modelo teórico reconceituado, tem oferecido grandes alternativas. Dentre elas, está a reforma dos sistemas de escolarização pública. A vinculação da educação popular com o poder local e a economia popular abrem, também, novas e inéditas possibilidades para a prática da educação. O modelo teórico da educação popular, elaborado na reflexão sobre a prática da educação durante várias décadas, tornou-se, sem dúvida, uma das grandes contribuições da América Latina à teoria e à prática educativa em âmbito internacional. A noção de aprender a partir do conhecimento do sujeito, a noção de ensinar a partir de palavras e temas geradores, a educação como ato de conhecimento e de transformação social e a politicidade da educação são apenas alguns dos legados da educação popular à pedagogia crítica universal.









Universalização da Educação Básica de Qualidade
“A universidade deveria gerar conhecimento sobre como melhorar o ensino público. Na prática, elas ignoram a Educação Básica”.        ( Fernando Reimers)
       Neste começo de um novo milênio, a educação apresenta-se numa dupla encruzilhada: de um lado, o desempenho do sistema escolar não tem dado conta da universalização da educação básica de qualidade; de outro, as novas matrizes teóricas não apresentam ainda a consistência global necessária para indicar caminhos realmente seguros numa época de profundas e rápidas transformações.
        Pode-se dizer que está em andamento uma Revolução da Informação, como ocorreram no passado a Revolução Agrícola e a Revolução Industrial.
       Hoje vale tudo para aprender. Isso vai além da "reciclagem" e da atualização de conhecimentos e muito mais além da "assimilação" de conhecimentos. A sociedade do conhecimento possui múltiplas oportunidades de aprendizagem: parcerias entre o público e o privado (família, empresa, associações, etc.); avaliações permanentes; debate público; autonomia da escola; generalização da inovação.

Informática e tecnologia, uma revolução na Educação.






A importância da Gestão para uma Escola Cidadã
“A capacidade  de falar e entender com fluência outros idiomas precisa desenvolvida de maneira efetiva nas escolas públicas”. (Fernando Reimers)
                                                                                                   As conseqüências para a escola e para a educação em geral são enormes: ensinar a pensar; saber comunicar-se; saber pesquisar; ter raciocínio lógico; fazer sínteses e elaborações teóricas; saber organizar o seu próprio trabalho; ter disciplina para o trabalho; ser independente e autônomo; saber articular o conhecimento com a prática; ser aprendiz autônomo e a distância.
       Neste contexto de impregnação do conhecimento, cabe à escola: amar o conhecimento como espaço de realização humana, de alegria e de contentamento cultural; selecionar e rever criticamente a informação; formular hipóteses; ser criativa e inventiva (inovar); ser provocadora de mensagens e não pura receptora; produzir, construir e reconstruir conhecimento elaborado. E mais: numa perspectiva emancipadora da educação, a escola tem que fazer tudo isso em favor dos excluídos, não discriminando o pobre. Ela não pode distribuir poder, mas pode construir e reconstruir conhecimentos, saber, que é poder. Numa perspectiva emancipadora da educação, a tecnologia contribui muito pouco para a emancipação dos excluídos se não for associada ao exercício da cidadania.
       Como diz Ladislau Dowbor (1998:259), a escola deixará de ser "lecionadora" para ser "gestora do conhecimento". Segundo o autor, "pela primeira vez a educação tem a possibilidade de ser determinante sobre o desenvolvimento". A educação tornou-se estratégica para o desenvolvimento, mas, para isso, não basta "modernizá-la", como querem alguns. Será preciso transformá-la profundamente.
       A escola precisa ter projeto, precisa de dados, precisa fazer sua própria inovação, planejar-se a médio e a longo prazos, fazer sua própria reestruturação curricular, elaborar seus parâmetros curriculares, enfim, ser cidadã. As mudanças que vêm de dentro das escolas são mais duradouras. Da sua capacidade de inovar, registrar, sistematizar a sua prática/experiência, dependerá o seu futuro. Nesse contexto, o educador é um mediador do conhecimento, diante do aluno que é o sujeito da sua própria formação. Ele precisa construir conhecimento a partir do que faz e, para isso, também precisa ser curioso, buscar sentido para o que faz e apontar novos sentidos para o que fazer dos seus alunos.
       O Gestor, não pode mais ficar confinado entre quatro paredes, ele tem que saber delegar, trabalhar em grupo e ter visão, capacitação e responsabilidade referentes a tudo e a todos; alimentação, limpeza, aspecto da escola, como pinturas, higienização, manutenção hidráulica e elétrica, projetos dos professores, aproveitar o espaço da escola com projetos comunitários. Se preocupar com cursos de capacitações para os alunos, enfim ele tem que ser o GESTOR e saber fazer a diferença, com certeza esta escola fará toda diferença no espaço (bairro) em que ela estiver inserida, e ira de encontro a tão sonhada educação de qualidade.




  O que é HTPC? E qual o seu objetivo?

      A legislação determina que os Horários de Trabalho Pedagógico Coletivo (HTPC) devem ser desenvolvidos dentro da escola pelos professores, com orientação do coordenador pedagógico. Para cada 10 a 27 horas na sala de aula, os docentes devem dedicar duas horas para essas reuniões, e três no caso de 28 a 33 horas de aula. O objetivo primordial estabelecido é criar um espaço de discussão e formação para fortalecer o projeto político-pedagógico da escola. Isso significa articular a disciplina, estudar, atender a problemas enfrentados pelos docentes, trocar experiências, discutir planejamento e avaliação e estimular a reflexão sobre a prática docente. Para que isso aconteça, é importante haver uma boa estrutura para o debate, com metas e cronogramas.
         "Está se criando uma cultura na rede pública que deve se desenvolver nos próximos anos, de que esse tempo não é para discussão administrativa, mas pedagógica. Outros problemas podem ser resolvidos de outras formas. Muitas escolas não têm um espaço para proporcionar essas trocas entre a equipe, então acabam usando o HTPC para tudo. Assim, o lugar de estudo, trabalho e reflexão é prejudicado para o exercício do trabalho."
Para a coordenadora, esse desafio esbarra em outras questões estruturais da educação brasileira, como o fato de o professor muitas vezes se dividir entre duas ou três escolas, não podendo assim destinar seu tempo efetivamente ao planejamento e avaliação pedagógica de nenhuma delas. "O ideal seria que o professor se dedicasse a um só emprego e ali desenvolvesse bem seu HTPC, seus projetos, suas relações, e pensasse de fato no político-pedagógico da escola".
Responsabilidade de quem?

Quem faz o que no HTPC
Diretor
- Organizar o horário e o espaço para as reuniões
- Criar uma pauta
- Estabelecer junto ao orientador diretrizes e metas gerais de formação
- Delegar parte das tarefas administrativas a técnicos da secretaria para poder se dedicar mais às questões pedagógicas
- Orientar os coordenadores e discutir os resultados das reuniões de HTPC

Orientador/coordenador pedagógico
- Manter cronograma e pauta estabelecidos
- Oferecer apoio individual aos professores
- Conduzir pessoalmente as reuniões
- Colocar limites aos assuntos discutidos para não perder o foco
- Avaliar materiais e cursos de apoio necessários ao trabalho pedagógico
- Encaminhar uma síntese do trabalho desenvolvido no HTPC para debate junto ao diretor


As diretrizes da hora coletiva
- Debate exclusivamente pedagógico
- Professores desenvolvem o trabalho com orientação do coordenador pedagógico
- Duração de duas a três horas, dependendo da quantidade de aulas ministradas
- Estimular a interdisciplinaridade e a troca de experiências
- Espaço para docentes colocarem os problemas enfrentados e encontrar soluções a partir do grupo
- Discussão de competências e habilidades da prática docente
- Horário para estudo e formação coletiva
- Momento de planejamento e avaliação




O que é ser professor na atualidade e a formação continuada

     Ser professor hoje é viver intensamente o seu tempo, conviver; é ter consciência e sensibilidade. Ser professor hoje é vestir a camisa da comunidade e saber fazer a diferença, saber lidar com a diversidade e também saber projetar e abraçar a causa da inclusão. Ele é apontado como principal conseqüência da sociedade do conhecimento a necessidade de uma aprendizagem ao longo de toda a vida fundada em quatro pilares que são ao mesmo tempo pilares do conhecimento e da formação continuada. Esses pilares podem ser tomados também como bússola para orientar os professores rumo ao futuro da educação de qualidade.









      Aprender a conhecer ¾ Prazer de compreender, descobrir, construir e reconstruir o conhecimento, curiosidade, autonomia, atenção. É preciso aprender a pensar, a pensar a realidade e não apenas "pensar pensamentos", pensar o já dito, o já feito, reproduzir o pensamento. É preciso pensar também o novo, reinventar o pensar, pensar e reinventar o futuro.
      Aprender a fazer ¾ É indissociável do aprender a conhecer. A substituição de certas atividades humanas por máquinas acentuou o caráter cognitivo do fazer. O fazer deixou de ser puramente instrumental. Nesse sentido, vale mais hoje a competência pessoal que torna a pessoa apta a enfrentar novas situações de emprego, mas apta a trabalhar em equipe, do que a pura qualificação profissional. Hoje, o importante na formação do trabalhador, também do trabalhador em educação, é saber trabalhar coletivamente, ter iniciativa, gostar do risco, ter intuição, saber comunicar-se, saber resolver conflitos, ter estabilidade emocional.

      Aprender a viver juntos ¾ a viver com os outros. Compreender o outro, desenvolver a percepção da interdependência, da não-violência, administrar conflitos. Descobrir o outro, participar em projetos comuns. Ter prazer no esforço comum. Participar de projetos de cooperação. Essa é a tendência. No Brasil, como exemplo desta tendência, pode-se citar a inclusão de temas/eixos transversais (ética, ecologia, cidadania, saúde, diversidade cultural) nos Parâmetros Curriculares Nacionais, que exigem equipes interdisciplinares e trabalho em projetos comuns.
      Aprender a ser ¾ Desenvolvimento integral da pessoa: inteligência, sensibilidade, sentido ético e estético, responsabilidade pessoal, espiritualidade, pensamento autônomo e crítico, imaginação, criatividade, iniciativa. Para isso não se deve negligenciar nenhuma das potencialidades de cada indivíduo.
      Cidadania ¾ O que implica também tratar do tema da autonomia da escola, de seu projeto político-pedagógico, da questão da participação, da educação para a cidadania. Dentro desta categoria, pode-se discutir particularmente o significado da concepção de escola cidadã e de suas diferentes práticas. Educar para a cidadania ativa tornou-se hoje projeto e programa de muitas escolas e de sistemas educacionais.

      Sustentabilidade ¾ O tema da sustentabilidade originou-se na economia ("desenvolvimento sustentável") e na ecologia, para se inserir definitivamente no campo da educação, sintetizada no lema "uma educação sustentável para a sobrevivência do planeta".
      Globalização ¾ O processo da globalização está mudando a política, a economia, a cultura, a história e, portanto, também a educação. É um tema que deve ser enfocado sob vários prismas. A globalização remete também ao poder local Para pensar a educação do futuro, é necessário refletir sobre o processo de globalização da economia, da cultura e das comunicações.

Tempo de troca de experiências
       “A escola não pode tudo, mas pode mais. Pode acolher as diferenças.                    É possível fazer uma pedagogia que não tenha medo da estranheza, do diferente, do outro.                                                                                                                       A aprendizagem é destoante e heterogênea. Aprendemos coisas diferentes daquelas que nos ensinam, em tempos distintos, (...) mas a aprendizagem ocorre, sempre.                                                                                                                      Precisamos de uma pedagogia que seja uma nova forma de se relacionar com o conhecimento, com os alunos, com seus pais, com a comunidade, com os fracassos (com o fim deles), e que produza outros tipos humanos, menos dóceis e disciplinados.”
(ABRAMOWICZ, 1997).

            O motivo que sustenta a luta pela inclusão como uma nova perspectiva para as pessoas com deficiência é, sem dúvida, a qualidade de ensino nas escolas públicas e privadas, de modo que se tornem aptas para responder às necessidades de cada um de seus alunos, de acordo com suas especificidades, sem cair nas teias da educação especial e suas modalidades de exclusão.
            O sucesso da inclusão de alunos com deficiência na escola regular decorre, portanto, das possibilidades de se conseguir progressos significativos desses alunos na escolaridade, por meio da adequação das práticas pedagógicas à diversidade dos aprendizes. E só se consegue atingir esse sucesso, quando a escola regular assume que as dificuldades de alguns alunos não são apenas deles, mas resultam em grande parte do modo como o ensino é ministrado, a aprendizagem é concebida e avaliada. Pois não apenas as deficientes são excluídas, mas também as que são pobres, as que não vão às aulas porque trabalham, as que pertencem a grupos discriminados, as que de tanto repetir desistiram de estudar.
             Um desses sistemas, que muito apropriadamente se denomina "de cascata", prevê a exclusão de algumas crianças, que têm déficits temporários ou permanentes e em função dos quais apresentam dificuldades para aprender. Esse sistema contrapõe-se à melhoria do ensino nas escolas, pois mantém ativo, o ensino especial, que atende aos alunos que caíram na cascata, por não conseguirem corresponder às exigências e expectativas da escola regular. Para se evitar a queda na cascata, na maioria das vezes sem volta, é preciso remar contra a correnteza, ou seja, enfrentar os desafios da inclusão: o ensino de baixa qualidade e o subsistema de ensino especial, desvinculada e justaposto ao regular.
            Priorizar a qualidade do ensino regular é, pois, um desafio que precisa ser assumido por todos os educadores. É um compromisso inadiável das escolas, pois a educação básica é um dos fatores do desenvolvimento econômico e social. Trata-se de uma tarefa possível de ser realizada, mas é impossível de se efetivar por meio dos modelos tradicionais de organização do sistema escolar.
            As escolas que não estão atendendo alunos com deficiência em suas turmas regulares se justificam, na maioria das vezes pelo despreparo dos seus professores para esse fim. Existem também as que não acreditam nos benefícios que esses alunos poderão tirar da nova situação, especialmente os casos mais graves, pois não teriam condições de acompanhar os avanços dos demais colegas e seriam ainda mais marginalizados e discriminados do que nas classes e escolas especiais.
            Em ambas as circunstâncias, o que fica evidenciado é a necessidade de se redefinir e de se colocar em ações novas alternativas e práticas pedagógicas, que favoreçam a todos os alunos, o que, implica na atualização e desenvolvimento de conceitos e em aplicações educacionais compatíveis com esse grande desafio.
            A nosso ver é preciso mudar a escola e mais precisamente o ensino nelas ministrado. A escola aberta para todos é a grande meta.
            Mudar a escola é enfrentar uma tarefa que exige trabalho em muitas frentes. Destacaremos as que consideramos primordiais, para que se possa transformar a escola , em direção de um ensino de qualidade e inclusivo.
Temos de agir urgentemente:
  • Colocando a aprendizagem como o eixo das escolas, porque escola foi feita para fazer com que todos os alunos aprendam;
  • Garantindo tempo para que todos possam aprender e reprovando a repetência;
  • Abrindo espaço para que a cooperação, o diálogo, a solidariedade, a criatividade e o espírito crítico sejam exercitados nas escolas, por professores, administradores, funcionários e alunos, pois são habilidades mínimas para o exercício da verdadeira cidadania;
  • Estimulando, formando continuamente e valorizando o professor que é o responsável pela tarefa fundamental da escola - a aprendizagem dos alunos;
  • Elaborando planos de cargos e aumentando salários, realizando concursos públicos de ingresso, acesso e remoção de professores.
·         Que ações implementar para que a escola mude?
·         Para melhorar as condições pelas quais o ensino é ministrado nas escolas, visando, universalizar o acesso, ou seja, a inclusão de todos, incondicionalmente, nas turmas escolares e democratizar a educação, sugerimos o que, felizmente, já está ocorrendo em muitas redes de ensino, verdadeiras vitrines que expõem o sucesso da inclusão.



Que ações implementar para que a escola mude ?

         Para melhorar as condições pelas quais o ensino é ministrado nas escolas, visando, universalizar o acesso, ou seja, a inclusão de todos, incondicionalmente, nas turmas escolares e democratizar a educação, sugerimos o que, felizmente, já está ocorrendo em muitas redes de ensino, verdadeiras vitrines que expõem o sucesso da inclusão, com uma educação de qualidade.
Ø  É  estimular as escolas para que elaborem com autonomia e de forma participativa o seu Projeto Político Pedagógico, diagnosticando a demanda, ou seja, verificando quantos são os alunos, onde estão e porque alguns estão fora da escola.
Ø  A implantação dos ciclos de formação é uma solução justa, embora ainda muito incompreendida pelos professores e pais, por ser uma novidade e por estar sendo ainda pouco difundida e aplicada pelas redes de ensino. De fato, se dermos mais tempo para que os alunos aprendam, eliminando a seriação, a reprovação, nas passagens de um ano para outro, estaremos adequando o processo de aprendizagem ao ritmo e condições de desenvolvimento dos aprendizes - um dos princípios das escolas de qualidade para todos
Ø  É urgente suprimir o caráter classificatório da avaliação escolar, através de notas, provas, pela visão diagnóstica desse processo que deverá ser contínuo e qualitativo, visando depurar o ensino e torná-lo cada vez mais adequado e eficiente à aprendizagem de todos os alunos. Essa medida já diminuiria substancialmente o número de alunos que são indevidamente avaliados e categorizados como deficientes, nas escolas regulares.
Ø  A aprendizagem como o centro das atividades escolares e o sucesso dos alunos, como a meta da escola, independentemente do nível de desempenho a que cada um seja capaz de chegar são condições de base para que se caminha na direção de escolas acolhedoras. O sentido desse acolhimento não é o da aceitação passiva das possibilidades de cada um, mas o de serem receptivas a todas as crianças, pois as escolas existem, para formar as novas gerações, e não apenas alguns de seus futuros membros, os mais privilegiados.
Ø  A inclusão não prevê a utilização de métodos e técnicas de ensino específicas para esta ou aquela deficiência. Os alunos aprendem até o limite em que conseguem chegar, se o ensino for de qualidade, se o professor considera o nível de possibilidades de desenvolvimento de cada um e explora essas possibilidades, por meio de atividades, nas quais cada aluno se enquadra por si mesmo, na medida de seus interesses e necessidades, seja para construir uma idéia, resolver um problema ou realizar uma tarefa.
Ø  O trabalho coletivo e diversificado nas turmas e na escola como um todo é compatível com a vocação da escola de formar as gerações. É nos bancos escolares que aprendemos a viver entre os nossos pares, a dividir as responsabilidades, repartir as tarefas. O exercício dessas ações desenvolve a cooperação, o sentido de se trabalhar e produzir em grupo, o reconhecimento da diversidade dos talentos humanos e a valorização do trabalho de cada pessoa para a consecução de metas comuns de um mesmo grupo.
Ø  O tutoramento nas salas de aula tem sido uma solução natural, que pode ajudar muito os alunos, desenvolvendo neles o hábito de compartilhar o saber. O apoio ao colega com dificuldade é uma atitude extremamente útil e humana e que tem sido muito pouco desenvolvidas nas escolas, sempre tão competitivas e despreocupadas com a construção de valores e de atitudes morais.
         Além dessas sugestões, referentes ao ensino nas escolas, a educação de qualidade para todos e a inclusão implicam em mudanças de outras condições relativas à administração e aos papéis desempenhados pelos membros da organização escolar.
Ø  Os papéis desempenhados pelos diretores e coordenadores, no sentido de que ultrapassem o teor controlador, fiscalizador e burocrático de suas funções pelo trabalho de apoio, orientação do professor e de toda a comunidade escolar.
Ø  A descentralização da gestão administrativa, por sua vez, promove uma maior autonomia pedagógica, administrativa e financeira de recursos materiais e humanos das escolas, por meio dos conselhos, colegiados, assembléias de pais e de alunos. Mudam-se os rumos da administração escolar e com isso o aspecto pedagógico das funções do diretor e dos coordenadores e supervisores emerge. Deixam de existir os motivos pelos quais que esses profissionais ficam confinados aos gabinetes, às questões burocráticas, sem tempo para conhecer e participar do que acontece nas salas de aula.
Ø  A metodologia que adotamos reconhece que o professor, assim como o seu aluno, não aprendem no vazio. Assim sendo, partimos do "saber fazer" desses profissionais, que já possuem conhecimentos, experiências, crenças, esquemas de trabalho, ao entrar em contato com a inclusão ou qualquer outra inovação.
Inclusão é possível resolver
         As soluções sempre envolvem o trabalho em equipe, além das medidas que devem ser sempre eficientes.
Segue seis  medidas de professores com experiências implementadas por eles:
         1 –Que medidas posso tomar quando recebo um aluno com deficiência em uma turma numerosa?
         “Conseguir junto à Secretaria de Educação a diminuição do número de alunos na sala de aula e um educador auxiliar é um apoio fundamental. Esses recursos permitem atender não só os alunos que têm NEE, mas também  toda a turma de maneira mais efetiva.” ( Profª. Sueli Alves/SP)
         Não é um processo fácil, e pode ser demorado, mas ter o tamanho da turma reduzido e poder contar com um auxiliar é um beneficio fundamental para que a educação inclusiva funcione. O professor quando essas ações não são implementadas, se sente muito só. 

         2 - Como conseguir recursos quando a escola não tem sequer a infraestrutura adequada?
         “Buscar soluções conjuntas, com os demais professores e gestores, é o melhor caminho. Assim, a escola pode obter os materiais necessários  e cursos de formação junto à Secretaria de Educação, ao MEC ou outras entidades da área que existam na cidade.” (Profª. Ozana Vera G. de Carvalho/MG)
         Conseguir uma sala de recursos, não é uma tarefa fácil para uma escola, depende do empenho do gestor, a sala no mínimo deve ser equipada com: notebooks, computadores, jogos, mesa eletrônica que auxilia na alfabetização de alunos surdos, além de cegos e com baixa visão. Solicitar também um professor bilíngue – Língua Brasileira de Sinais (libras) e se possível um interprete, são medidas essenciais e estruturais que culminam com uma inclusão de qualidade. A escola deve procurar em sua cidade, entidade como a Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE), a experiência deles conta muito. As necessidades devem ser complementadas com a formação continuada dos professores.
         3 - Como deve ser a articulação entre o professor da sala de aula e o responsável pelo AEE?
         “A troca de informações deve ser diária. Sempre que surgia uma duvida ou necessidade em sala, levava para a responsável pelo AEE e, juntas, pensávamos em soluções. Dessa forma, o progresso das crianças se intensifica e a avaliação se aprimora.”(Profª. Michelly da Conceição Pinheiro/RJ)
         O professor da turma e o professor da sala de recursos devem se comunicar diariamente, nem que seja por Emails, telefonemas, até mesmo um diário, levado pela própria criança. O objetivo da dupla é buscar soluções em conjunto, para que essa articulação ocorra é preciso fazer planejamentos com base nas expectativas de cada um.
         4 – Qual a melhor maneira de lidar em sala de aula com situações –limite?
         “Conhecer bem a criança é o primeiro passo. Outra ação importante é envolver os demais professores e funcionários da escola, alem dos colegas de classe, em ações que a ajudem a se organizar. Com a atenção de todos , é mais fácil incluí-la na rotina.” (Profª. Andréa Ruffo/SP)
         As crianças com NEE têm características especificas, por isso é preciso conhecê-las para poder enfrentar momentos que fogem da rotina.  A estratégia inclui envolver a equipe para que as regras continuem valendo mesmo que a criança não esteja por perto.
         5 – Como a tecnologia pode melhorar a aprendizagem de alunos com deficiência?
         “A tecnologia pode ser uma grande parceira no  processo de inclusão. Se planejada conjuntamente entre o professor e o responsável pelo AEE, de acordo com as necessidades de cada aluno, ela amplia a possibilidade de ele realizar as atividades propostas em sala.” (Profª. Daniela Rodriguez Mariano/Florianopolis)
         Existe de um lápis adaptado até um software, tudo é tecnologia, o desafio é descobrir o que existe ou pode ser criado para beneficiar cada criança. Nem sempre estes recursos tecnológicos estão disponíveis nas escolas, mas há alternativas, como as pranchas de comunicação feitas com desenhos ou fotos. E o profissional é sempre o mais indicado para pensar em novos recursos.
         6 – Como explicar às famílias que é preciso adequar o currículo as necessidades dos filhos?
         “Abrir a porta da escola para o dialogo é o primeiro passo para diminuir a resistência inicial dos pais. Em encontros periódicos com eles e a professora da sala de recursos, explico como são definidos os conteúdos a serem trabalhados e de forma como isso vai ser feito.” (Profª. Priscila Freitas Lopes/SP)
         É importante a família, participar e  entender que a adaptação do currículo não é definida pela deficiência, mas pelo repertorio e pelos conhecimentos do estudante.

Rumo a uma nova escola

         Os professores são a matéria-prima das mudanças.                                     O questionamento da própria prática, as comparações, a análise das circunstâncias e dos fatos que provocam perturbações e/ou respondem pelo sucesso vão definindo, pouco a pouco, aos professores as suas "teorias pedagógicas". Pretendemos que os professores sejam capazes de explicar o que outrora só sabiam reproduzir.  Incentivamos os professores para que interajam com seus colegas com regularidade, estudem juntos, com e sem o nosso apoio técnico e que estejam abertos para colaborar com seus pares, na busca dos caminhos pedagógicos da inclusão.
         O fato de os professores fundamentarem suas práticas e argumentos pedagógicos no senso comum dificulta a explicitação dos problemas de aprendizagem. Essa dificuldade pode mudar o rumo da trajetória escolar de alunos que muitas vezes são encaminhados indevidamente para as modalidades do ensino especial e outras opções segregativas de atendimento educacional.
         Não se muda a escola com um passe de mágica.                                         A implementação da escola de qualidade, que é igualitária, justa e acolhedora para todos, é um sonho possível.                                                   A aparente fragilidade das pequenas iniciativas, ou seja, essas experiências locais que têm sido suficientes para enfrentar o poder da máquina educacional, velha e enferrujada, com segurança e tranquilidade. Essas iniciativas têm mostrado a viabilidade da inclusão escolar nas escolas brasileiras.                                                                                                       As perspectivas do ensino inclusivo são, pois, animadoras e alentadoras para a nossa educação. A escola é do povo, de todas as crianças, de suas famílias, das comunidades, em que se inserem.

         Crianças, bem-vindas a uma nova escola !

As escolas perdem tempo ensinando habilidades que foram uteis no passado” (Fernando Reimers)



Gestão Democrática






 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
MOACIR GADOTTI Professor da Universidade de São Paulo e Diretor do Instituto Paulo Freire.
Autor, dentre outras obras, de
Perspectivas atuais da educação.
GADOTTI, M. Perspectivas atuais da educação. Porto Alegre, Ed. Artes Médicas, 2000.         [ Links ]
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SAINT-LAURENT,L. (1994). L’éducation intégrée à la communauté en déficience intellectuelle. Montréal, Québec: Les Editions Logiques Inc.
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DOWBOR, L. A reprodução social Vozes, 1998.         [ Links ]
Fundação SEADE,Av. Casper Líbero, 464
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MANTOAN, M.T.E. (1991). A solicitação do meio escolar e a construção das estruturas da inteligência no deficiente mental: uma interpretação fundamentada na teoria de conhecimento de Jean Piaget. Tese de doutoramento. Campinas:UNICAMP/Faculdade de Educação.
MONEREO,C. (1985). In: Steenlandt, D. La integration de niños discapacitados a la educación común. Santiago do Chile: UNESCO/OREALC, 1991.
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PETERSON,M. et alii (1992). Community-referenced learning in inclusive schools: effective curriculum for all students. In: Stainback,S. et Stainback,W.(organizadores). Curriculum considerations in inclusive classrooms:facilitating learning for all students. Baltimore,MD: Paul H.Brookes Publishing Co. 207-227.
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 http://portal.mec.gov.br/index.php?option=com_content&view=article&id=293&Itemid=358
Biografia da Autora







Prof. Elisia
Autora:Maria Elisia de Godoi nasceu em Resende/RJ em 1942, meus pais vieram para Taubaté em 1948 onde fui criada, estudei, trabalhei, e me casei, tive seis filhos, vinte e um netos e um bisneto. Sempre adorei ler e escrever hoje sou Pedagoga, e me realizei, o curso veio de encontro dos meus ideais e com o auxilio da informática, pretendo fazer um  Feedback, trocando idéias sobre Leis e propostas atuais para uma melhor qualidade vida. “Deste mundo nada vou levar, somente o que eu fizer de bom será computado, portanto vou caprichar sendo o mais útil possível para os meus semelhantes” Amo vocês...


Cursos Concluídos e Qualificações Complementares
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·         Promotoras Legais – SOS Mulher de Taubaté
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·         Ação Social Voluntária – UNITAU
     Recursos Humanos – Escola do Trabalho de Taubaté
·         Contabilidade Básica – Escola do Trabalho de Taubaté
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·         Atendimento ao Cliente – AVAPE
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·         Capacitação em DSTs/HIV/AIDS – Departamento Médico Municipal – Tté
·         Agentes Públicos Municipais – Controladoria Geral da União  2006-2009
·          Conselheira de Saúde – Representando o CECAB (Centro de Estudo  Comunitário – Cultural Afro-Brasileiro
·         2007 – Certificado do Concurso sobre literatura – Concorri com 10 Poesias
·         2004 - Autora do livro:Minha História, Minha Vida.
·         2009 –Autora do Livro Didático Nossa História Começou na África.
·         2010 – Autora do livro sobre Anemia Falciforme


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